85ª Volta a Portugal Continente
De 24 de Julho a 4 de Agosto
De Águeda, Capital da Bicicleta, a Viseu, Cidade Europeia do Desporto 2024, renovando o dia de descanso na Guarda, os ciclistas vão ter pela frente, nesta 85ª Volta a Portugal Continente, um total de 1540,1 quilómetros, com 32 Prémios de Montanha e 27 Metas Volantes. A edição de 2024 fica marcada pelo regresso de Águeda, como início da prova, 37 anos depois da edição ganha por Manuel Cunha (Sicasal/Torreense) em 1987.
A vila do Crato, marcando a passagem pelo Alentejo e Penedono, na sub-região do Douro, são as estreias absolutas desta edição da prova. Simbólica será a 2ª Etapa que, ligando Santarém a Lisboa (Marvila) evocará a memoria do Capitão Salgueiro Maia que liderou a coluna militar que saiu de Santarém para Lisboa em 1974, associando, desta forma, a 85ª Volta a Portugal às comemorações do Cinquentenário do 25 de Abril.
Com um início de prova particularmente exigente, marcado pelo facto de a primeira, terceira e quarta etapa terminarem em alto. A tirada inaugural assinala o regresso ao Observatório de Vila Nova (Miranda do Corvo), no terceiro dia será a ascensão à Torre e no dia seguinte, a anteceder o dia de descanso, o sempre temido final no empedrado da Guarda. Será neste contexto que rapidamente vamos perceber quem serão os principais protagonistas a assumir o lugar do suíço Colin Stussi, como vencedor da 85ª edição da Volta a Portugal Continente.
Desde 1927, ano de início da “Portuguesa”, Bragança vai receber pela décima sétima vez o formato de chegada e partida de etapas, passando o testemunho a Boticas onde a seletiva subida à Aldeia de Torneiros marcará definitivamente a passagem pelas Terras do Barroso. A “rota do vinho verde”, está espelhada na tirada que liga Felgueiras a Paredes, com a “Capital do Móvel” a receber de novo uma chegada de etapa, vinte e oito anos depois da vitoria do Lituano Salius Sarkauskas da carismática Recer – Boavista.
Do alto do Monte, o imponente Santuário de Santa Luzia, em Viana do Castelo, vai “ver” a partida da etapa mais longa da Volta a Portugal Continente. Com cerca de 182,4 quilómetros, da sala de visitas do Minho ao mítico empedrado da Praça 25 de Abril em Fafe, onde perdura o record de Cândido Barbosa com quatro vitórias (2003, 2005, 2007 e 2008) a etapa será a antecâmara do decisivo fim de semana.
A Maia, Cidade do Lidador, será o palco de partida para a última etapa em linha, e, certamente uma das mais exigentes da “Volta”. Com as Serras do Marão e Alvão a endurecer a jornada até Mondim de Basto onde, desde 1978, o mítico Santuário da Sr.ª da Graça receberá pela quadragésima quinta vez a prova.
A Cidade de Viriato, há muito que se constituiu como um dos mais importantes municípios da “Volta”. É nesse contexto que, Viseu - Cidade Europeia do Desporto 2024, irá acolher pela oitava vez o final da Volta a Portugal, numa luta contra o cronómetro que, uma vez mais, terá epílogo na imponente Avenida da Europa.
Sobre o vencedor da 85ª Volta a Portugal Continente, importa saber se Colin Stussi, consegue igualar o feito do último ciclista a vencer a prova em dois anos consecutivos, no caso Gustavo Veloso que triunfou em 2014 e 2015 ou se haverá um novo vencedor, após os 26,6 quilómetros de esforço em solitário da tirada final na Cidade de Viseu.
O Pelotão
Cerca de 133 ciclistas em representação de 19 equipas, as nove portuguesas do escalão Continental e as restantes estrangeiras, de cinco nacionalidades, sendo 4 Pro Team.
Colin Stussi, o suíço, do Team Vorarlberg, marca presença e procura a segunda vitória consecutiva na “Portuguesa”, tendo o antigo companheiro de Bruno Pires (Team Roth), conseguido já esta temporada a vitória na clássica Schonberger Pfingstradrennen, na Alemanha.
Txomin Juaristi (Euskaltel/Euskadi), o equatoriano Jonathan Camargo, da mexicana Petrolike, serão também fortes apostas para a vitória.
As equipas portuguesas apostam tudo na “Portuguesa” e há um naipe de meia dúzia de corredores que aspiram a colocar o seu nome no ranking dos vencedores. Pode Maurício Moreira voltar a conseguir novo triunfo, ou finalmente surge um nome português.
O pelotão da Volta a Portugal Continente conta de novo com um pelotão de ciclistas de vários pontos do globo, mantendo as tradicionais dificuldades na estrada, a que se junta a “frigideira” de julho e agosto com temperaturas pouco alcançadas em outras corridas o que a torna em tudo diferente.
Joaquim Gomes